Alimentação E A Doença De Alzheimer

Alimentação e a Doença de Alzheimer
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Ainda não existe nenhuma intervenção médica que possa prevenir a doença de Alzheimer. No entanto, sabemos hoje, que alguns comportamentos diários podem ter um efeito significativo na prevenção e até na progressão desta doença. Um estilo de vida saudável, e em particular um bom estado nutricional ao longo do ciclo de vida, podem fazer a diferença.

A doença de Alzheimer é a forma mais comum de demência, estimando-se que em Portugal existam cerca de 160.000 pessoas afetadas por este grave problema de saúde.

Caracteriza-se por um declínio progressivo das funções cognitivas levando a alterações no comportamento, na personalidade e na capacidade funcional. Estes indivíduos, à medida que a doença avança, tornam-se cada vez mais dependentes de terceiros. A doença de Alzheimer progride, de um modo geral, por fases, afetando cada indivíduo de forma diferente e aparecendo geralmente a partir dos 65 anos de idade, embora possa a aparecer mais precocemente. A duração da doença é geralmente de sete a dez anos, mas pode ser mais ou menos longa, dependendo dos casos.

A hipertensão, a obesidade, a diabetes e a inatividade física são fatores de risco potencialmente modificáveis que se demonstraram associados com o aparecimento de demências. Estes fatores de risco podem ser reduzidos com uma alimentação adequada e a adoção de estilos de vida saudável.

Existe alguma evidência que aponta para o stresse oxidativo, as vitaminas relacionadas com o metabolismo da homocisteína, as gorduras e o álcool poderem ter um papel na patogénese da doença de Alzheimer. Um dos fatores com importância evidente para doença é o fornecimento de nutrientes necessários à manutenção do normal funcionamento do cérebro. Diferentes tipos de estudos epidemiológicos têm permitido acumular informação sobre os efeitos positivos dos ácidos gordos ómega 3 e micronutrientes como as vitaminas do complexo B, vitaminas E, C e D sobre os neurónios, sobretudo no decorrer do processo de envelhecimento. Mas sabemos ainda pouco como estes nutrientes podem interferir na prevenção ou progressão da doença. Embora a maior parte das sociedades científicas ainda não tenha emitido recomendações nutricionais para a prevenção da doença de Alzheimer, existem alguns princípios alimentares e de estilo de vida, que podem ser tomados, tendo em conta a evidência disponível:

1. Minimizar a ingestão de gordura saturada e trans, ou seja, evitar o consumo excessivo de gordura de origem animal e reduzir o consumo de produtos de pastelaria e gorduras hidrogenadas.

2. Incentivar a presença diária de hortícolas, leguminosas (grão, lentilha, feijão…), fruta e cereais integrais à mesa.

3. Ter em atenção a vitamina E, que deve ser fornecida preferencialmente através de alimentos em vez de suplementos. Alimentos com valores interessantes desta vitamina são a amêndoa, amendoim, avelãs, nozes, sementes, mas também se encontra nos peixes gordos, ovos e óleos vegetais.

4. Apesar de ser importante reduzir a gordura animal, não esquecer o consumo de alimentos de origem animal, fontes de vitamina B12 ou, no caso de vegetarianos, escolher alimentos fortificados ou suplementos com esta vitamina, sempre sob orientação profissional. Os alimentos com quantidades apreciáveis de vitamina B12 incluem os ovos, leite e produtos lácteos, carne de vaca, aves, peixe e marisco que podem estar presentes na alimentação, embora em quantidades reduzidas e escolhendo sempre as versões com menor gordura.

5. No caso de uso de um multivitamínico, escolher apenas os prescritos por um profissional de saúde e apenas utilizar suplementos de ferro quanto indicados.

6. Incluir exercício aeróbico na rotina diária, o equivalente a pelo menos 40 min de caminhada rápida, 3 vezes por semana.

7. Manter uma rotina de sono que possibilite uma quantidade adequada de horas de sono por noite, aproximadamente 7-8 horas para a maioria dos indivíduos.

8. Realizar regularmente atividades mentais que promovam novas aprendizagens, cerca de 30 minutos por dia, 4-5 vezes por semana. Vários estudos têm demonstrado que indivíduos que são mentalmente mais ativos têm um risco menor de desenvolvimento de demências.

Tendo em conta estas recomendações alimentares, a adoção de um padrão alimentar variado, semelhante ao sugerido pela “Dieta Mediterrânica” poderá ser uma opção acertada, até porque alguns trabalhos científicos têm demonstrado esta associação. Felizmente, em Portugal é fácil adotar este modo de vida e de comer.



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