Dieta MEDITERRÂNEA - Um estilo de VIDA
A antiga palavra grega diaita, da qual deriva dieta,
significa estilo de vida equilibrado, e traduz exatamente o que a Dieta
Mediterrânea é, muito mais do que um regime nutricional. A dieta
Mediterrânea traduz um estilo de vida, e não apenas um padrão alimentar,
que combina ingredientes da agricultura local, receitas e formas de
cozinhar próprias de cada lugar, refeições partilhadas, celebrações e
tradições, que, juntamente com o exercício físico moderado diariamente,
favorecido pelo clima ameno, completam um estilo de vida que a ciência
moderna nos convida a adotar em benefício da nossa saúde, tornando-a um
excelente modelo de vida saudável.
A Dieta Mediterrânea é caracterizada pela abundância de alimentos de
origem vegetal, como o pão, massas, arroz, hortaliças, legumes, fruta
fresca e frutos oleaginosos; utilização do azeite como principal fonte
de gordura; consumo moderado de pescado, aves, lacticínios e ovos;
consumo de pequenas quantidades de carnes vermelhas e ingestão moderada
de vinho, geralmente durante as refeições. A sua importância na saúde do
indivíduo não se limita ao facto de se tratar de uma dieta equilibrada,
variada e com nutrientes adequados. Aos benefícios de seu baixo teor de
ácidos gordos saturados e alto teor de monoinsaturados, tal como em
glícidos complexos e fibra alimentar, junta-se a riqueza em
antioxidantes, determinantes para a o bem-estar.
A Pirâmide Alimentar
A nova pirâmide da Dieta Mediterrânea apresenta na base os alimentos
que devem ser consumidos em maior quantidade na alimentação diária, e
nas camadas superiores, aqueles que devem ser consumidos com moderação,
reservando-se para ocasiões festivas e excecionais. Além disso, contém
indicações de carácter cultural e social, intimamente ligadas ao estilo
de vida do Mediterrâneo, e reflete o número de porções aconselhado para a
população adulta saudável, devendo ser adaptado às necessidades
específicas de crianças, mulheres grávidas e outras condições de saúde.
A Dieta Mediterrânea assenta em vários conceitos fundamentais:
Atividade Física
A prática regular de atividade
física moderada (pelo menos 30 minutos durante todo o dia) fornece
grandes benefícios à saúde, como a regulação do gasto energético e a
manutenção do peso corporal saudável. Caminhar, subir escadas e realizar
as tarefas domésticas são um exercício simples e acessível. Sempre que
possível, recomendamos as atividades ao ar livre, para aumentar a
atratividade do exercício físico e reforçar os laços com a comunidade.
Descanso Adequado Descansar correctamente é também parte de um estilo de vida saudável e equilibrado.
Convivência
Além do aspecto nutricional, a comida
tem conotação social e cultural. Cozinhar e conviver à mesa na
companhia de familiares e amigos fomentam o bem-estar.
Biodiversidade e Sazonalidade
Os alimentos
sazonais, frescos e processados minimamente, contêm mais nutrientes e
substâncias protectoras, além de serem mais económicos. Sempre que
possível, deve ser dada prioridade aos vários produtos tradicionais do
mercado local.
Actividades culinárias
É fundamental dedicar
tempo à planificação e preparação das refeições, de modo a que se tornem
atividades divertidas e relaxantes, feitas em família ou com os amigos.
Água e Infusões
Um adequado estado de hidratação é
essencial na manutenção do equilíbrio dos fluídos corporais. As
necessidades hídricas variam de acordo com factores como a idade, o
nível de actividade física, a condição de saúde ou o clima. De um modo
geral, deve garantir-se o aporte de 1,5 a 2 litros de água por dia,
podendo este aporte ser alcançado através da ingestão de água, por si
só, ou sob a forma de infusões de ervas, não açucaradas, ou caldos, com
baixo teor de gorduras e sal.
Cereais
- Pão (de trigo, mistura, integral, broa de milho, de centeio, ...)
- Massas (esparguete, penne rigatte, noodles, ...)
- Arroz (selvagem, basmati, agulha, carolino, integral...)
- Cereais (trigo, milho, centeio, cevada, aveia...)
- Os Cereais são os principais fornecedores de glícidos complexos, a fonte energética para o funcionamento correcto do nosso organismo. Além disso, fornecem vitaminas, minerais e fibra alimentar.
É recomendado o consumo de 1 a 2 porções de cereais de preferência integrais a cada refeição principal.
Hortícolas
- Couve
- Abóbora
- Tomate
- Cebola
- Espinafres
- Nabo
- Brócolos
- Couve-flor
- Cenoura
- Alface
- Alho-francês
- Feijão-verde
- ...
Os hortícolas são essencialmente fornecedores de vitaminas, minerais e fibra alimentar.
É
recomendado o consumo mínimo de 2 porções de hortícolas a cada refeição
principal, crus ou cozinhados e com texturas e cores variadas.
Fruta fresca
- Maçã
- Pêra
- Laranja
- Banana
- Uva
- Melão
- Melancia
- Marmelo
- Pêssego
- ...
A fruta fresca é essencialmente fornecedora de glícidos, vitaminas, minerais e fibra alimentar.
É
recomendado o consumo de 1 a 2 porções de fruta fresca a cada refeição
principal, crua ou cozinhada e com texturas e cores variadas.
Azeite
O azeite é fornecedor de lípidos, ácidos gordos essenciais, e vitaminas lipossolúveis, como a vitamina E.
Localizado
no centro da pirâmide, o azeite deve ser a principal fonte de gordura, a
utilizar com moderação quer para o tempero, quer para a confecção (uma
colher de sopa, no máximo).
Frutos Oleaginosos, Sementes e Azeitonas
- Nozes
- Amêndoas
- Avelãs
- Amendoins
- Sementes de sésamo
- Sementes de linhaça
- ...
Os frutos oleaginosos, as sementes e as azeitonas são excelentes
fornecedores de ácidos gordos essenciais, proteína vegetal, vitaminas,
minerais e fibra alimentar.
É recomendado o consumo de 1 a 2 porções diárias de frutos oleaginosos, sementes ou azeitonas.
Ervas Aromáticas, Especiarias, Cebola e Alho
A
utilização de ervas aromáticas, especiarias, cebola ou alho traduz uma
excelente forma de introduzir diversidade de aromas e sabores aos
alimentos, contribuindo para a redução da adição de sal.
Lacticínios
- Leite
- Queijo (queijo fresco, queijo flamengo, queijo de cabra, roquefort, ...)
- Iogurte (sólidos ou líquido: aroma, pedaços, natural, ...)
Os lacticínios são fornecedores de proteínas, minerais dos quais se destaca o cálcio, e vitaminas.
É
recomendado o consumo de 2 porções de lacticínios por dia,
preferencialmente sob a forma de iogurte e queijo com baixo teor de
gordura.
Carne, pescado, ovos e leguminosas secas
- Carne (bovino, suíno, caprino, ovino, aves...)
- Peixe (gordo: sardinha, atum, sarda, cavala, arenque, salmão,...; magro: pargo, bacalhau, abrótea, corvina, garoupa, carapau, ...)
- Ovos (galinha, codorniz, pato,...)
- Leguminosas secas (feijão frade, feijão branco, feijão manteiga, grão-de-bico, ...)
A carne, o pecado, os ovos e as leguminosas secas proporcionam vários
nutrientes como proteínas, lípidos, glícidos (este último
essencialmente no caso das leguminosas secas), vitaminas e minerais,
contribuindo para o adequado aporte de ácidos gordos essenciais.
É recomendado o consumo semanal de:
- No mínimo, 2 porções de pescado
- No mínimo, 2 porções de leguminosas secas
- 2 Porções de carnes magras
- 2 a 4 porções de ovos
- No máximo, 2 porções de carnes vermelhas e 1 porção de carnes processadas, devendo ser reduzidas tanto em quantidade como em frequência
Doces
Os doces apresentam elevada densidade
energética, isto é, fornecem um elevado teor energético, no entanto têm
baixo valor nutricional, fornecendo apenas lípidos de perfil prejudicial
(ácidos gordos saturados e trans) e açúcares simples, combinando-se por
vezes elevados teores de sódio (sal).
O consumo de doces não deve ultrapassar 2 porções por semana.
Vinho
Sempre que as crenças religiosas e sociais o
permitam, é recomendado o consumo moderado de vinho ou outras bebidas
fermentadas, tendo como referência o consumo máximo de 1 copo por dia
para as mulheres e 2 no caso dos homens.
Moderação
As porções devem basear-se na
moderação. O estilo de vida sedentário que caracteriza as sociedades
atuais impõe o aporte energético moderado.
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